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Meus Textos
Marcos Soares
Especialista em História, Sociedade e Cultura pela PUC-SP.
Neste artigo trarei um pouco da história da grande metrópole, São Paulo.
Uma cidade acolhedora que nos faz pensar, como começou tudo isso?
O processo de fundação da cidade se deu pela exploração das terras americanas pelos portugueses a partir do século XVI, inicialmente foi fundada a Vila de Santo André em (1553), que sofria constantes ameaças dos povos indígenas. Quando a Companhia de Jesus chega ao planalto que era conhecido como Piratininga, se deparam com “ares mais frios e temperados como os da Espanha”, aqui além da terra ser muito boa também contava com águas frescas e de boa qualidade, além disso, tinha uma topografia perfeita, cercado por dois rios, o Tamanduateí e o Anhangabaú. O rio Tamanduateí, hoje poluído e fica nas proximidades do Mercadão, região da Vinte Cinco de Março e o Anhangabaú poluído e canalizado, hoje conhecemos por o Vale do Anhangabaú, pois ali tínhamos um grande vale, na época que os jesuítas chegaram aqui.
Como toda cidade tem que ter a “pedra fundamental”, São Paulo não foi diferente, sabemos por documentos que a cidade se iniciou, onde hoje é o Pátio do Colégio, quantas vezes já não passamos por lá e nunca paramos para nos perguntar, qual a importância desse colégio para São Paulo?
O colégio foi fundado em 25 de janeiro de 1554, ao redor dali, deram início as construções das primeiras casas de taipa que dariam origem ao povoado de São Paulo de Piratininga, por isso o aniversário da cidade, é comemorado no dia 25 de janeiro.
No ano de 1560 o povoado ganhou fórum de vilas e pelourinhos, mas devido à distância do litoral e o seu solo inadequado para o plantio, fez a Vila ocupar um lugar de pouca importância durante o século na América Portuguesa.
Já no ano de 1681, São Paulo foi considerada a cabeça da Capitania, assim a Vila em 1711 foi elevada a categoria de cidade, daqui partiu muitas expedições Bandeirantes rumo aos sertões para a captura de mãos-de-obra de índios, com isso exterminando grandes nações indígenas.
As transformações sócio-econômicas se deram ao final do século XIX, com a expansão da lavoura cafeera em várias regiões paulistas, com a construção da estrada de ferro Santos – Jundiaí (1867). No fim do século, em 1895 a população de São Paulo era de 130 mil habitantes (dos quais 71 mil eram estrangeiros), fazendo com que a área urbana se expandisse para além do perímetro do triângulo, assim surgem as primeiras linhas de bondes, reservatórios de água e a iluminação a gás.
Por decorrência do crescimento da cidade, foi necessários grandes realizações urbanísticas no final do século, como a Av. Paulista (1891) e o Viaduto do Chá (1892). No século XX a cidade passa a ser sinônimo de progresso, com suas manifestações econômicas, culturais e artísticas, tudo isso proporcionado pelo café.
No ano de 1911 a cidade ganha o Teatro Municipal, obra do arquiteto Ramos de Azevedo, hoje ao lado do teatro encontramos a Praça ramos de Azevedo uma homenagem a esse arquiteto.
Com a industrialização a cidade cresceu em 1920 de 130 mil para 580 mil habitantes, assim a população da metrópole paulistana cresceu na última década, de cerca de 10 para 16 milhões de habitantes.
Com o crescimento São Paulo tem hoje uma grande demanda populacional e não comporta a todos os seus moradores, trazendo para a cidade as grandes diferenças sociais que hoje nos deparemos em nosso dia-a-dia, com o crescimento desordenado temos ocupação de encostas, e a falta de infra-estrutura, faz com que diariamente pessoas se deparem com o perigo, principalmente em épocas de chuvas.
CURIOSIDADE:
Você sabia que a Praça da Liberdade era conhecida como a Praça dos Enforcados?
Onde hoje é a Praça da Liberdade já foi um lugar onde as pessoas condenadas à morte eram enforcadas, isso só acaba com a chegada da República, no final do século XIX.
Fonte da pesquisa: Portal Nosso São Paulo/ PM São Paulo.
Marcos Antonio Soares/Especialista em História, Sociedade e Cultura pela PUC-SP
Resenha Crítica do livro:
Âcoras de Emoções: Corpos, subjetividades e sensibilidades.
MATOS, Izilda Santos de. Âncora de Emoções. Corpos, subjetividades e sensibilidades. Bauru: Edusc, 2005, 182 p.
Âncoras de Emoções é um livro acadêmico que contribui para uma reflexão historiográfica.
A autora reuniu suas pesquisas como historiadora e fez uma profunda análise das questões aqui abordadas.
A obra se divide em duas partes, na primeira a preocupação de evidênciar os corpos masculinos e femininos no discurso médico na cidade de São Paulo no final do século XIX e início do XX, entre
Já na segunda parte, o palco é a cidade do Rio de Janeiro, quando ela traduz a sensibilidade e a subjetividade das letras dos sambas-canções que cantam amor e dor nas noites carioca, no período compreendido como pós-segunda guerra ou “anos dourados”.
A Professora Doutora Maria Izilda Santos de Matos é docente na PUC-SP, orientadora de alunos da pós-graduação, dedicada a pesquisa ela pode escrever este livro que levou dez anos para se concretizar, mas para ela foi uma grande realização e um profundo conhecimento dos temas pesquisados.
A obra tem como proposta, discutir o discurso médico como forma de diferenciar homens e mulheres por sua anatomia. Colocando a mulher como sexo frágil e dependente do sexo oposto para sobreviver em uma sociedade extremamente masculinizada.
O homem se destaca por ter a missão de mantenedor da família. Já nas letras de músicas, as mulheres se revelam e expressam suas dores e amores, elas gritam em forma de versos e mostram que também são fortes e capazes de viver no espaço social reservado para o sexo masculino.
Na sociedade do final do século XIX e início do XX, ficava claro no discurso médico a divisão dos espaços para homens e mulheres, e a procupação com bares e Cabarés, lugares que segundo os médicos poderiam destruir lares e acabar com a reputação das mulheres de família.
A historiografia passa por transformações nas últimas décadas, busca novos objetos para seus estudos. Com essa busca a História ganhou novos conceitos, como o estudo do cotidiano, das mulheres, das sensibilidades e dos corpos.
Na política levantam questões sobre a transformação da sociedade, o funcionamento da família, o papel das mulheres, gestos e sentimentos.
A procura de novas perspectivas à História abriu campo para outras disciplinas, como a psicologia, a antropologia e a semiótica, que ajudou a contar os fatos pela visão dos vencidos e não só dos vencedores, ou seja, os excluídos historicamente.
Esses estudos classificados também como “outras histórias” foi de encontro com as tendências da historiografia contemporânea, refudando uma visão evolutiva, linear e progressista da história, vinculada às leis que diagnosticavam o futuro.
Dentro das novas tendências, a música tem um grande potencial, ela é considerada como um documento importante para a interpretação dos fatos ocorridos em determinadas épocas. A letra da música pode traduzir um passado com o seu cotidiano, costumes, regras, modas e sentimentos.
De fato à música pode ser um objeto de estudo histórico importante, podemos dar como exemplo a música popular brasileira, que no período da ditadura militar fez sua crítica a esse regime político.
Buscando estudar o cotidiano das sociedades, à historiografia trouxe o discurso médico, que nos últimos anos do século XIX e nas primeiras décadas do XX, definia o papel das mulheres e dos homens dentro do contexto social da época. Maria Izilda traz à cidade de São Paulo como cenário para essa discussão, trazendo alguns perfis femininos, por exemplo, às amas-de-leite, amamentando as crianças das famílias de posses, cujam as mães não tinham leite para amamentação de seus filhos. Essa ocupação era conhecida por aleitamento mercenário, mas havia a preocupação com as doenças venérias transmitidas pelo sangue como: (tuberculose e sífilis). A criação de um organismo médico foi necessário para a realização de exames gineológicos, e a expedição de atestados de saúde que diziam se a ama estava apta ou não para a função.
Outro perfil era a mulher que vivia para cuidar do lar e educar os filhos, também não tinham opções, pois trabalhar fora era para homens, o discurso médico deixava claro que mulheres não podiam exercer outra atividade que não fosse a do lar, porque isso poderia atrapalhar o andamento da educação dos filhos.
O discurso colocava o homem no espaço social, e as mulheres no espaço famíliar.
Os corpos femininos eram vistos pelos médicos como um sistema reprodutor, transformando a mulher em um ser que vivia em função do seu útero, esta ligação com esse orgão é que tederminava sua vida da puberdade a menopausa, e também o discurso colocava a mulher como incapaz de raciocinar por muito tempo.
Para os médicos as doenças das mulheres estavam relacionadas a seus orgãos reprodutores, devido a isso era proibido o uso de roupas apertadas, porque poderia comprimir o ovário e torná-las infertis. As infermidades eram vistas pelo discurso como fragilidade do sexo feminino.
O gênero masculino era tratado de forma diferente pelo discurso médico, enquanto a mulher era confinada no espaço privado por ter sensibilidade da devoção e submissão, o homem tinha para si toda a esfera pública, lugar onde se socializava.
O espaço público fazia à história, e o personagem principal era o homem, enquanto para mulher restava a opção de ficar longe desse palco.
A visão médica trazia o homem como forte e capaz de desenvolver o espaço urbano e de ter o domínio sobre as mulheres.
Para a vida sexual dos homens, os médicos não faziam muitas proibições, pois isso ajudava na sua virilidade e a conhecer a psicologia feminina.
Nos anos 20 com a modernidade os médicos mudam seu foco para os homens, defendendo a castidade antes do casamento e a fidelidade conjugal.
Pretendia com isso manter a moral e afastar os males que poderiam destruir a humanidade, por exemplo, o álcool, o nanismo, a tuberculose e a criminalidade.
No caso do alcoolismo eram realizadas campanhas médicas focadas nos homens, por serem os mais atingidos pelo vício, que se tornou uma patologia social e uma preocupação sócio-higiênica.
Nesta campanha entra em cena os médicos higienistas e sanitaristas, com a missão de combater o alcoolismo. O risco maior do alcoolismo do ponto de vista médicos vinha do interior. Eram criados programas de assistências e asilos para recolher a essas pessoas. Na cidade para tentar combater esse mal, foram estabelecidos horários para bares, prisão aos embriagados e aumento dos impostos sobre a bebida.
Os médicos procuraram civilizar o interior, pois segundo o discurso era de lá que vinha o maior índice de alcoolismo.
Se para ser provedor da família o homem precisava do trabalho, o álcool era visto como um empecilho capaz de destruir o padrão de masculinidade criado pelo discurso médico.
Na segunda parte do livro a autora trabalha as sensibilidades e as relações afetivas, destacando as letras dos sambas-canções como um instigante corpo documental. A música era uma forma de cumplicidade entre o público e o autor.
Nos anos 40 e 50, amar era sinônimo de sofrer e uma forma de passar esses sentimentos foi através dos sambas-canções, que cantavam amores impossíveis, paixões proibidas, infidelidades e esperas sem fim.
A década de 30 privilegiou a historiografia da música popular brasileira, considerando as origens do samba e dando um salto para a bossa nova.
Nesse período muitos compositores se destacam e fazem sucesso, vale apena citar alguns deles aqui, Ântonio Maria, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues e Vicente Celestino.
A cidade do Rio de Janeiro dos anos 40 e 50 no bairro de Copacabana, havia uma mistura de classes sociais e estrangeiros. Na época este bairro estava ganhando novas avenidas e noites agitadas, com isso novas formas de ralação entre homens e mulheres foram se dando. Nas noites os botequins e boates, criava novas maneiras de se viver.
A frequência desses lugares, contava com músicos e também intelectuais.
Com o período conhecido como a era de “ouro do rádio”, vinha também a imposição de regras, modas e padrões de beleza, o rádio divulgava o samba e sofria influência das músicas estrangeiras.
Começa nesta época o samba-canção e atinge públicos diversificados, o samba vem falando de darmas, flagrantes amorosos e fragmento do cotidiano.
Nesta época as mulheres começam a cantar, merecendo um destaque da autora para Dolores Duran, ela compunha letras de sambas que cantavam amores e dores e nessa letras colocava suas experiência amorosas.
Suas canções de certa forma passavam a mensagem de um discurso masculino em que a mulher aparece sempre como culpada.
Como Dolores Duran, este livro retrata também passagens da vida de
Lupicínio Rodrigues, ele dedica grande parte de sua obra às mulheres da noite, além de cantar paixões e dor de amor.
Em suas novas canções e romances, Lupicínio culpa às mulheres por infidelidade, traição, fingimento, teimosia, perversidade, ingratidão, crueldade e vaidade, mas também encontra adjetivos como, meigas, mimosas, belas e encantadoras.
Para ele à mulher de casa não deve ser mostrada com sensualidade, enquanto as da noite, atribui todo o brilho irresistível, incontrolável, rebelde, contrariando a imposição do discurso social da época. Ao contrário da mulher de família, a da noite não poderia pertencer a um único homem.
Seus versos falam da duplicidade feminina, para ele por de trás da aparência frágil e dócil, esconde a falsidade e a inconstância da mulher.
Como o discurso médico em São Paulo, Lupicínio deixa claro a inferioridade da mulher em relação ao homem.
A representação do masculino nas letras dos versos de Lupicínio Rodrigues, é o oposto dos versos femininos. O homem aparece muito mais lapidado, enquanto a mulher é representa como uma pedra a ser lapidada.
Para a mulher a falsidade, ao homem a sinceridade, a generosidade e a imagem do ser superior, tradicional e corajoso.
A razão antes da emoção, assim era colocado por Lupicínio.
Vicente Celestino outro boêmio das noites cariocas, fala sobre o alcoolismo, para ele o homem traído, abandonado e que sofre com a ingratidão da mulher, pode se tornar um alcoolatra.
É cada vez mais evidente a inquietação pela composição de uma História que possibilite a recuperação de experiências históricas frequentemente negligenciadas e, por vezes, esquecidas na escrita da História. Percorrer por esse caminho configura - se em uma tarefa ambiciosa e, por certo, complexa. Ancora de emoções, de Maria Izilda Santos de Matos, é um bom exemplo da prática investigatória que se constitui com esse intuito.
A forma como a autora analisa o passado em busca de múltiplas experiências “ausentes”, a obra em muito contribui para o exercício da reflexão na pesquisa histórica que procura um propósito de recompor experiências e modos de viver que ficaram a margem em certas narrativa históricas.
O trabalho é resultado de longos anos de pesquisa onde se cruzam fontes médicas e musicais, que na profunda análise realizada, permitem com que a autora desvende o passado e reflita, sobre gênero, masculinidade, subjetividade, sensibilidades, música e História.
O livro traz a luz considerações acerca das trilhas renovadoras, tão presente na produção historiográfica nos dias de hoje. Desse modo, nos momentos iniciais da leitura, onde um balanço dessa produção é realizado, é possível ir percorrendo as trilhas de uma perspectiva histórica que possibilitou a ampliação do saber histórico e a recuperação de experiências pouco abordada pela historiografia.
Como observa Maria Izilda, esse novo olhar historiográfico deu visibilidades a novos sujeitos sociais e, como reconhece, favoreceu a inclusão das mulheres na pesquisa histórica. Todavia uma ressalva é feita, uma vez que, grande parte desta produção veio a privilegiar o enfoque das experiências femininas em detrimentos do seu universo de relações com o mundo masculino. Neste sentido, aponta a autora, que mesmo tendo ocorrido uma ampla produção nos estudos do gênero, ainda são escassos os estudos que se volte à história dos movimentos feministas, bem como, a produção historiográfica brasileira sobre o masculino.
O livro no primeiro capítulo, Delineando corpos: o feminino, o masculino e suas relações nos discursos médicos - São Paulo 1890-1930, possibilita perceber as representações, formuladas pela medicina, entre o final do século XIX e início do século XX, sobre os corpos feminino e masculino. Como evidencia a autora, não foram apenas os espaços físicos paulista e carioca que foram pensados e planejados para serem modificados naquele contexto, ao contrário, junto com a intensa urbanização que ocorria, o viver dos moradores, homens e mulheres, também sofriam modificações e imposições.
Corpos, sensibilidades, sentimentos, precisaram e foram “produtos” analisados pela medicina, que fundamentando - se na cientificidade, buscou padronizar novos valores. Deste modo, utilizando-se de um discurso autorizado pela ciência, a medicina ousou expandir seus controles sobre homens e mulheres. Assim, na tentativa de normatizar corpos, ações, disciplinar a sociedade e ordenar a sexualidade, prescrevia-se como usar o corpo e ser um verdadeiro ser masculino e feminino.
Nesse contexto, como enfatiza Maria Izilda, a educação feminina tornava-se alvo central da medicina. Enfocando particularmente a família, e dentro dela a mulher, os discursos tinham por função controlar ações, definindo papéis masculinos e femininos, sempre opondo um ao outro.
No segundo capítulo: Sensibilidades e subjetividades: cantando dores e amores, trabalhando dentro de uma perspectiva da história das sensibilidades, a historiadora lança reflexões acerca das subjetivações de sentimentos, chamando atenção para o fato de que o processo de subjetivação é múltiplo e diferenciado para homens e mulheres. Nesse aspecto, a autora tem como intuito perceber como os valores, desejos afetivos e eróticos, expectativas e frustrações podem ser apreendidos e compreendidos nos processos de subjetivação dos sentimentos de amor/dor, e, por outro lado, como são diferentemente percebidos defendidos e sentidos.
Com isso, surge a produção musical, como um corpo documental revelador e instigante da expressão de sentimentos que raramente são abordados em outros registros.
Através da análise das canções a autora desvenda aspectos marcados por percepções do cotidiano. De certa forma, Maria Izilda demonstra como a produção musical captava hábitos e valores, atitudes e contradições que ora deveriam ser copiados ora negados. As canções aparecem ao longo do trabalho dotadas de múltiplas significações, e da complexidade dos sentimentos que são desvendados pelo olhar atento da autora. A música surge como palco em meio a um universo de representações que demonstram a capacidade do artista em captar emoções e sensibilidades presentes socialmente. O feminino carregado de concepções negativas reforça e contrasta a masculinidade. O homem bom, trabalhador e sincero, provedor do lar, se opõe a figura feminina, a mulher ingrata, sempre culpada pelos desvios masculinos. Já
Crítica
Ao iniciar o livro a autora propõe-se a realizar um trabalho historiográfico em busca de emoções, corpos, sensibilidades e subjetividades em tempos dado como perdidos. Ao longo do livro a autora vai desenvolvendo suas análises de maneira que contemple o objetivo proposto. Primeiro pela forma como demonstra a possibilidade em captar o vivido, as experiências históricas em fontes pouco utilizadas, como as canções. Assim lendo-as criticamente, vai ficando claro as especificidades das sensibilidades e subjetividades presentes no social e, em segundo, porque suas reflexões nos permitem visualizar uma proposta historiográfica “desafiadora”, uma vez que, desestabiliza verdades, desfazendo versões cristalizadas, dadas como naturais. Por tudo isso, Ancora de emoções: corpos, subjetividades e sensibilidades, torna-se uma leitura importante para aqueles que se propõe a desvendar o passado a partir de uma perspectiva que venha a romper com silêncios impostos, desafiando, dessa forma, as noções prevalecentes.